Amor. Puro. Amor.
- Paula Lins
- 20 de fev.
- 3 min de leitura

Minha verdadeira voz vivia sufocada por não ter espaço para fluir através de mim. Ela tentava ser escutada, mas ecoava abafada pelos ruídos das minha dores. Como tirá-la do escuro e trazê-la para a luz? Como compreender e confiar nos fragmentos de verdade que tentavam se tornar inteiros para além desses ruídos? Tão sutis, falavam tão baixinho, encontrando breves espaços para passar entre o enorme fluxo de pensamentos. E, de vez em quando, eu re(conhecia) a existência dessa verdade. Sua presença continuava ali, mas inalcançável.
No autoconhecimento fui mergulhando fundo, sem colete salva-vidas, adentrando os mistérios do meu espaço interior, até que uma Energia sábia e amorosa quis me abençoar com a compreensão de que eu precisava retirar do caminho tudo o que impedia de me ouvir com clareza. Eu entendi que não se tratava de perseguir, possuir ou forçar a manifestação dessa voz que buscava ser através de mim. Se tratava de abrir a trilha para que ela pudesse passar naturalmente e no seu próprio tempo até a superfície onde consigo ouvi-la em totalidade.
No silêncio, descobri que aquela voz vinha da Divindade que Eu Sou. É desafiador enxergar essa Divindade verdadeiramente, porque ela vive encoberta por diversos véus ilusórios que criam distorções, nos fazendo acreditar em mentiras que parecem muito com verdades.
Esses véus são nossos traumas, nossas crenças de incapacidade, os abusos e repressões que sofremos, o medo, a vaidade, o egoísmo, nossa criança ferida e as dores mais profundas da nossa ancestralidade. Eles são tudo isso, menos amor, compaixão, aceitação, humildade e bem-aventurança. Eles são aquilo que nos afastam do nosso bem-estar natural, do nosso Eu autêntico, da nossa Verdade Maior. E, precisamente por isso, também nos afastam da Verdade que existe no outro, criando a ilusão da separação.
Mas não se deixe enganar pelo ego que te guia por essas palavras direto para o papel de vítima. Sim, esses véus machucam e te separam de si e das pessoas, porém, eles também te ensinam, te libertam e te curam se você tomar o caminho correto na encruzilhada em direção ao autoconhecimento e à autorresponsabilidade.
Se você conseguir sustentar a força que te mantém humilde para ver o que eles estão te mostrando. Se você se ancorar na coragem para mergulhar fundo no mais escuro dentro de si. Se você for capaz de aceitar o seu ego e liberar tudo o que machuca você e os outros, com honestidade. Se você puder se amar o suficiente para encarar suas mais escassas misérias sem se perder nelas. Se você puder perdoar a si e aos outros sinceramente e compreender que a voz que clama por liberdade no seu coração é a mesma que existe no coração de todos nós e que não há tal coisa como pessoas ruins, apenas pessoas que tiveram o amor tão renegado em suas vidas que elas se acostumaram a desconhecer seu significado. Se você se propor a encarar seus maiores medos com determinação. Se você se abrir para a compreensão de que já é tudo o que pode ser. Que o poder de todo o Universo habita agora em ti. Que você não precisa fazer mais nada para merecer. Que você é suficiente. E que você é infinitamente amado sendo perfeitamente imperfeito na sua humanidade.
Se você fizer essa jornada e retornar íntegro...
... os fragmentos de verdade que ecoam no silêncio do seu mais profundo espaço, se integrarão e não haverá outra possibilidade a não ser que a verdade lhe seja revelada...
A verdade de quem você é...
Amor. Puro. Amor.
Em Verdade e Gratidão,
Paula
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